Tupy fecha acordo de R$ 200 milhões para blocos de motores
A Tupy, fundição brasileira consolidada, anunciou um acordo estratégico para fornecer blocos de motores de 13 litros a uma montadora global de veículos comerciais. A produção ocorrerá na unidade da empresa em Ramos Arizpe, México, e substituirá componentes atualmente importados da Europa.
Acordo bilionário e projeções de receita
O projeto está estimado para gerar uma receita anual de aproximadamente R$ 200 milhões, quando alcançar sua plena capacidade. Essa produção atenderá a uma nova geração de motores que será lançada no mercado a partir de 2027. Dessa forma, a Tupy reforça seu posicionamento como parceira estratégica de engenharia, desenvolvendo soluções adaptadas às demandas do cliente.
Expansão no segmento de veículos comerciais
Além desse acordo, a Tupy também anunciou a aquisição de uma operação no segmento de componentes estruturais para veículos comerciais classe 8 na América do Norte. Essa ação complementa o compromisso de crescimento da empresa em mercados globais.
Contratos no mercado brasileiro
Em paralelo, a Tupy fechou contratos com duas montadoras brasileiras não identificadas, que juntas possuem 50% do mercado de caminhões extrapesados no país. Esses acordos podem gerar receitas novas de cerca de R$ 250 milhões por ano. Um dos contratos inclui fabricação, usinagem e pré-montagem de cabeçotes de motor, com início previsto para faturamento em 2027.
Outro projeto, com início previsto para 2028, prevê a produção de blocos para as gerações mais recentes de motores de uma das montadoras parceiras. Atualmente, essas empresas importam os componentes da Europa, o que evidencia a importância da estratégia da Tupy em oferecer alternativas nacionais e regionais.
Contexto da liderança e governança
Em março de 2025, a Tupy passou por uma transição na liderança, com Rafael Lucchesi Ramacciotti assumindo a posição de CEO. Essa mudança ocorreu após pressão de acionistas controladores, substituindo Fernando Cestari de Rizzo.
A reformulação busca uma renovação na governança da companhia, embora tenha gerado contestação por parte de acionistas minoritários que reconhecem o desempenho sólido da empresa sob a antiga gestão.
Essa mudança reflete também a influência da BNDESPar, maior acionista da Tupy, cuja participação é controlada pelo governo. Por outro lado, o novo CEO tende a conduzir a empresa em direção a um posicionamento mais dinâmico nos mercados global e nacional, alinhado ao crescimento recente obtido por meio dos novos contratos.
Impacto para o setor automotivo e mercado
O fechamento desses contratos demonstra a capacidade da Tupy de integrar-se profundamente na cadeia de valor automotiva, fornecendo componentes essenciais para motores pesados. Além disso, a produção local no México e no Brasil reduz a dependência de importações europeias, aumentando a competitividade das montadoras parceiras.
Portanto, a empresa consolida sua estratégia de inovação e expansão, apoiando o desenvolvimento de motores mais modernos e eficientes para o segmento de veículos comerciais. A atuação da Tupy demonstra a importância de parcerias industriais para a competitividade do setor automotivo global e brasileiro.